NOZ-PECÃ
Cristian Puhl |
(Redação Carazinho / DM)
Jornalista |
As nozes estão entre os alimentos que mais benefícios trazem à saúde. Mesmo em pequenas quantidades, o consumo diário pode evitar até 65% do risco de doenças do coração, além de auxiliar na redução do mau-colesterol, melhorar o funcionamento intestinal, cerebral e pulmonar e prevenir o câncer, pois o produto é rico em antioxidantes e vitamina E, também importante para a fertilidade masculina. A soma destes fatores nutricionais recomendados por profissionais médicos está impulsionando o mercado consumidor de noz-pecã e estimulando a produção no Rio Grande do Sul.
Introduzida no Brasil por imigrantes norte-americanos, por volta de 1870, o cultivo da nogueira-pecã não teve um início voltado a comercialização, mas para o consumo particular e utilização como ingrediente típico em receitas culinárias. A partir de 1915, alguns produtores começaram a introduzir variedades comerciais e ampliar a produção, disseminando a cultura por diversos Estados brasileiros. No Rio Grande do Sul, a atividade se desenvolveu a partir de 1945, principalmente na região de Anta Gorda, que hoje ainda concentra o maior contingente de pequenos e médios produtores gaúchos. Dados do escritório da Emater/RS – Ascar daquele município apontam que, aproximadamente, 300 famílias produzem, em 70 hectares, cerca de 100 toneladas por ano. A pecã resulta em complemento de renda obtida com a produção de leite, suínos, milho, fumo e laranja.
O diretor da empresa Divinut, Edson Roberto Ortiz, que há 20 anos trabalha no desenvolvimento e na análise de híbridos de nogueira-pecã e que há 10 fundou uma empresa para prestar assessoria e adquirir a fruta dos agricultores parceiros, revela que o mercado está demandando uma maior produção, sobretudo porque os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre a importância de manter uma alimentação saudável. “E a noz-pecã tem muitas propriedades nutricionais, além de ser bastante saborosa. O mercado tem sido, então, o principal fator de incremento a produção”, destaca, relatando que pelo menos 120 municípios, localizados em diversas regiões produtoras do Rio Grande do Sul, já estão utilizando a nogueira como alternativa de renda para pequenos e médios produtores. “A atividade vem crescendo no Estado, tendo como fator principal a procura do consumidor por hábitos saudáveis de alimentação”.
Rentabilidade
Através de parcerias e convênios firmados com universidades e centros de pesquisas nacionais e internacionais, a empresa comandada por Ortiz realiza um trabalho de cooperativismo com os produtores. “Operamos em um sistema de parceria com o agricultor. Ele implanta o seu pomar com assistência técnica integral, desde a escolha da melhor área, até a pós-colheita”, conta o empresário, que na semana passada participou de um Dia de Campo promovido por um agricultor carazinhense, em sua propriedade no município de Chapada, reunindo dezenas de produtores interessados em iniciar o plantio das árvores nogueiras e aproveitar o potencial mercadológico da noz-pecã. “A cultura apresenta uma boa rentabilidade em termos sócio-econômicos e também ambientais. Os produtores que já estão integrados ao sistema de plantio afirmam que ela é top, pois a remuneração oferecida é elevada, se comparada a outras atividades”.
A Divinut, segundo Ortiz, remunera em R$ 4,50 as nozes consideradas diversas, “sem raça definida”, esclarece, e R$ 6 aquelas originadas das mudas híbridas americanas fornecidas pela empresa. “A produtividade é bastante significativa e a projeção é de que, a partir do terceiro ou quarto ano, a colheita gire em torno de um quilo por pé. Nós recomendamos que em cada hectare sejam cultivados 204 plantas, com espaçamento 7x7. Grosso modo, é uma das melhores alternativas de renda”, admite, comentando que os produtores interessados em iniciar o plantio devem levar em consideração que a rentabilidade se dá a médio e longo prazo. “Os lucros não são imediatos. Então, o produtor necessita continuar sustentando a propriedade com outra atividade até obter o retorno dos investimentos iniciais, que não são tão onerosos”.
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