.

Novo horizonte para o cultivo de noz pecã

Novo horizonte para o cultivo de noz pecã

Aumento no consumo eleva demanda das indústrias, incentivando produção

Apesar do revés na safra atual, prejudicada pelo grande volume de chuva, a produção de noz pecã está em expansão. Pelo menos, é o que garantem as duas principais indústrias processadoras da fruta, a Pecanita e a Divinut. O número de produtores e a oferta de noz pecã têm crescido, afirmam os diretores. As duas empresas estão em fase de expansão e comemoram bons resultados.

A Divinut processa 1 tonelada por dia da fruta e média de 200 toneladas ao ano. A empresa conta com 800 pomares, em sua maioria de pequenos produtores como fornecedores, além de adquirir o produto por meio de intermediários. O beneficiamento ocorre de acordo com a demanda do cliente e também atua com a produção de mudas. Conforme o diretor da Divinut, Edson Ortiz, há demanda por matéria-prima nos mercados interno e externo e a cultura é rentável. "O poder de consumo aumentou muito no Brasil e metade da produção da noz chilena, produto equivalente, mas mais amargo, vem para o Brasil." Ele salienta as linhas de crédito voltadas para o fomento.


Já a Pecanita comemora o bom resultado do lançamento do óleo de noz pecã que, em menos de um ano no mercado, começa a trazer resultados. A empresa também registrou nos últimos cinco anos o aumento da 40% na oferta de nozes e, atualmente, conta com 500 produtores. O volume médio processado oscila entre 200 a 300 toneladas ao ano. "Nossa meta é chegar a 500 toneladas", projeta o diretor da Pecanita, Claiton Wallauer. 

Apesar deste cenário favorável, ainda falta produto. "É uma questão mais cultural, de os agricultores convencerem-se de que vale a pena investir em uma cultura de médio prazo", diz Ortiz. Mas os agricultores estão demonstrando mais interesse no mercado. "O que atrai o produtor é a rentabilidade", salienta Wallauer. 

Por todo esse cenário é que as chuvas que afetaram o Estado em novembro de 2009 - período de floração da nogueira - e reduziram a produção de nozes pecã não fizeram com que as indústrias mudassem os planos. O clima apenas fez com que as empresas tivessem que ampliar o número de fornecedores para atender à produção. "Em alguns casos, o resultado chegou a menos que 50% do esperado", afirma Ortiz, que atua há 20 anos no segmento. "Caíram muitos frutos pequenos devido à florada insuficiente."

Wallauer reconhece que houve redução na produção, mas que a mesma foi amenizada pelo trabalho preventivo com fertilizantes e manejo. "A umidade começou a gerar fungos, o que leva a árvore a abortar os frutos." O Estado, segundo estimativa da Emater de agosto de 2008, cultiva mil hectares da fruta, em 320 propriedades, e produz mais de 1,2 mil toneladas.

 
MARCELA CAETANO/CORRREIO DO POVO RURAL - 25/09/2010